Queixo
duro!
Sempre
que podiam, nas duas últimas semanas de janeiro, iam a uma cidade do interior,
perto de Minas Gerais.
Iam
o avô Marcelo, a avó Adriana, a filha caçula do casal, Andrea juntamente com o
filho de Andrea, Artur e mais dois netos de um outro filho, Juliano e Mariano.
Era
uma casinha simples, ladeada por outras casas, perto de sítios, fazendas,
hotéis, pois a cidade era histórica, e recebia muitos turistas que gostavam de
música, de escultura e pintura, reunindo de vez em quando cantores, escultores,
pintores, artistas em geral. Os avós eram amigos de quase todos os artistas que
frequentavam a pequena cidade.
Perto
dali, também tinha a cachoeira, que os meninos adoravam, a avó também, o avô
não gostava de ficar no sol, preferia ficar na sombra, Andrea preferia
ficar na parte rasa, enquanto os meninos e a avó se
arriscavam nas pedras, para ficar debaixo da queda mais forte da cachoeira, que
era pequena.
Acordavam
pela manhã, depois do desjejum, iam para a cidade, os avós ficavam na loja de
amigos, as crianças com seus pastéis de queijo e coca cola. Os meninos podiam
ir a cidade ou a qualquer outro lugar sozinhos, sem perigos. Ficavam andando à
cavalo, pescando... Marcavam hora para
voltar à loja e almoçar num restaurante qualquer. Depois do almoço, voltavam
para casa, para descansar um pouco, pois logo mais, à noite, os mais velhos
queriam cantar nas serestas de rua, e os meninos iam à praça, enquanto a filha,
entediada, se sentava num banco observando os garotos. Mais tarde, jantavam num
outro restaurante, voltavam para casa tarde da noite À noite estava
constantemente clara, por causa do luar
...
E
certa vez, passados cinco dias, os meninos pulavam sobre as redes, Andrea
estava distraída, deu um pulo quando ouviu um barulho, olhou apavorada para
Mariano, que tinha tropeçado na rede e arrebentado o queixo de onde pingava sangue no chão. A
avó ficou desesperada, o avô pegou o carro, com Andrea segurando a toalha no
queixo de Mariano, os meninos também queriam ir, preocupados com o menino. O
avô deixou.
Assim
que Mariano foi encaminhado, Andrea e Marcelo entraram na enfermaria. Marcelo
saiu de perto, Andrea segurou a mão de Mariano, que vendo o médico injetar
anestesia, sentiu-se tonta e nervosa. O menino agarrava a mão da tia, e Andrea
compreendeu que estava sentindo dor da picada da anestesia. O médico deu três
pontos, fechou o corte com o curativo, mandou tomar remédios, voltando para a
casa.
Iam
ficar duas semanas, mas foram embora no
dia seguinte, pois assim que os pais do garoto souberam que ele tinha
arrebentado o queixo, pediram que o avô o trouxesse para casa, para que o
levassem ao pediatra e confirmar a medicação.
Os
meninos voltaram tristes, mas a avó disse que o Mariano era alérgico a alguns
medicamentos e que só o pediatra sabe qual é o remédio certo.
Como
ainda faltavam muitos dias para acabar a temporada, os avós resolveram voltar
com as crianças, depois da consulta com o pediatra. As crianças ficaram muito
animadas.
Mariano
,ao chegar ao pediatra, pediu a ele , muito sério:
__Doutor,
me dê um remédio para que o meu queixo fique bem duro!!
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