Passarinho
no asfalto
O passarinho se arrastava no asfalto quente.
Como fora parar ali? Teria sido ali deixado por alguém? Não sei mesmo!
Só
sei que ele estava ali, no asfalto quente , sem um grão , sem nenhum sinal de
verde. Nem uma árvore por perto. Nem uma florzinha, por menor que fosse.
Acompanhei
, solidária, o desespero da pequena ave. Ela piava loucamente e batia as asas
aflita, na tentativa de alçar voo.
Eu ,de dentro do ônibus, nada podia fazer.
Era inútil, naquela cena.
Aflita, muitas pessoas passavam, ocupadas com
as suas vidas, mal olhando o passarinho, que parecia bater as asas, tentando
não ser atropelado pelos carros, que , por sorte, estava engarrafado. E vi, um
carro ligando o pisca alerta, talvez para avisar os outros que o automóvel
estava com pane. Mas, surpresa, vi um homem sair de dentro do carro, talvez
para saber o que houve com o motor, porém, o homem continuou indo em direção ao
passarinho, se abaixando, pegando-o com suas mãos, cuidadosamente, para não machucar a ave. Levantou-se, levou-a ao carro, colocando uma
flanela sobre o capô do carro. Entrou, pegou alguma coisa que não pude ver
direito, mas assim que saiu, percebi que era uma garrafa de água. O rapaz tirou
a tampa, enchendo a mesma com um tantinho da água. a avezinha bebeu sedenta.
Enquanto o pássaro bebia, o homem olhava
para o lado da calçada, descobrindo uma pequena árvore. Pegando o pássaro com a
flanela ,subiu na árvore com ela dentro do bolso. Assim que chegou perto do
galho, pegou com uma das mãos e
colocou-a no galho. Em seguida, o
rapaz desceu, certificando-se de que o passarinho estava bem. Vi o sorriso do homem. Eu o acompanho no seu
riso. também sorrio. um alimento, porem, parece que não conseguiu, pois o tal
alimento era uma simples ramo.
Abri a janela, bati palmas para o homem, e
esse surpreso, olhou para mim, sorri e deu um tchau antes de entrar no carro,
bem na hora, pois o trânsito estava desengarrafando...
É ... ainda resta um tanto de
humanidade em alguns humanos.
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