Pular para o conteúdo principal




O assassinato de Ághata Vitória Sales Felix, uma menina de oito anos que vivia na Favela da Fazendinha, no Complexo do Alemão, RJ, não foi cometido apenas pelo PM que puxou o gatilho. Esta morte chocante tem vários autores, tão ou mais culpados do que o policial que executou o disparo de fuzil. São as autoridades estaduais e federais que apoiam e incentivam ações violentas das forças de segurança e das milícias contra a população pobre moradora das favelas.
Ághata é uma das cinco crianças assassinadas covardemente este ano pela polícia do Rio. É uma das 16 crianças baleadas em operações policiais. Portanto, não foi a primeira e infelizmente está longe de ser a última das vítimas infantis da política de extermínio praticada por determinação, incentivo ou leniência das autoridades.
A população grita nas redes sociais que “a culpa é do Witzel”, e sem dúvida o governador deve ser responsabilizado, porque é um homem de atitudes sociopatas, que estimula, defende e comemora ataques indiscriminados da polícia contra a população. Que já celebrou a morte aos pulos e com punhos cerrados. Mas há outros culpados que não podem ser esquecidos: a impunidade do poder paralelo das milícias, que assassinou Marielle Franco; a impunidade dos policiais violentos que atiram a esmo e acertam crianças e adultos nos bairros pobres; e a responsabilidade de todas as autoridades federais incentivadoras da violência policial e que difundem preconceito, desprezo e ódio contra pobres e negros.
São essas autoridades que propõem leis que inocentam agentes da polícia que matarem civis, desde que aleguem que estavam movidos por forte emoção. O mandante do assassinato de Ághata é o neofascismo que está no poder.

Espero que a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, que recebeu do Movimento das Favelas uma denúncia formal contra o governador e contra o estado brasileiro pela morte de Ághata, cobre providências e denuncie ao mundo, energicamente, a política de extermínio adotada no Brasil, seja por orientação seja por leniência das autoridades.
Expresso aqui minha solidariedade à família de Ághata, aos pais e parentes de dos homens e mulheres vítimas da violência do estado contra os moradores dos bairros pobres do Rio e de todo o país.

DILMA ROUSSEFF


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Regras básicas do Anagramania Utilizando todas as letras de cada palavra, forme o anagrama correspondente; As letras foram bagunçadas Isso é para confundir seu cérebro e deixar o jogo mais desafiador. Descubra qual é a palavra que está escondida em cada uma das palavras bagunçadas. OEDC ➜ C _ _ _ APRE ➜ P _ _ _ ACON ➜ _ A _ _ ÇMAO ➜ M _ _ _ PARI ➜ R 
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (foto)      Comecei na semana passada, o tema OPINIÕES, a cerca do Brasil e do mundo,      Mas, quando eu escrevo, eu leio, pesquiso,faço um pequeno resumo com a minha opinião.      Na semana passada, foi a REFORMA DA PREVIDÊNCIA, alguns apoiam e outros a favor.      E hoje, vou  falar da Cidade Maravilhosa, é linda, mas violenta e caos.      Desde que entrei na vida de eleitora, que antes de surgir o close caption ou interprete de LIBRAS, eu conversava com mamãe a respeito de presidentes, governadores, prefeitos, decidindo votar em que eu mais confiava.      Desde que me encontro parada, me tornei uma leitora assídua, ficando indignada com a situação dos governadores quando exerceram no mandato.      Tudo o que sei, o que li, o que conversei com pessoas próximas a mim.  ...

Desabafo

  Para aqueles que não me conhecem, minha condição atual é de surdocega, oralizada, aluna do Instituto Benjamin Constant (IBC). Estou aqui para falar de muitas coisas. Para explicar a primeira delas vou repetir a famosa frase da escritora Conceição Evaristo, “os negros são invisíveis na sociedade”. E embora eu não seja negra, também sou invisível na sociedade, pela minha condição de surdacega. Todos nós somos invisíveis na sociedade. Aqui no Brasil, não existem escolas exclusivas para surdocegos, somente no IBC. Na verdade, o IBC é uma instituição para cegos, assim como o INES destina-se à educação de surdos. Existem escolas para acolher pessoas com deficiências físicas e mentais, mas cadê uma escola para surdocegos? Uma vez, tive uma conversa com uma docente do IBC. Perguntei: “tem crianças e adolescentes surdocegos estudando aqui?” Ela me respondeu: “quando pequenos são estimulados, mas depois que crescem, são encaminhados para o INES. Entretanto, o INES tenta encaminhar ...