Passarinho no asfalto O passarinho se arrastava no asfalto quente. Como fora parar ali? Teria sido ali deixado por alguém? Não sei mesmo! Só sei que ele estava ali, no asfalto quente , sem um grão , sem nenhum sinal de verde. Nem uma árvore por perto. Nem uma florzinha, por menor que fosse. Acompanhei , solidária, o desespero da pequena ave. Ela piava loucamente e batia as asas aflita, na tentativa de alçar voo. Eu ,de dentro do ônibus, nada podia fazer. Era inútil, naquela cena. Aflita, muitas pessoas passavam, ocupadas com as suas vidas, mal olhando o passarinho, que parecia bater as asas, tentando não ser atropelado pelos carros, que , por sorte, estava engarrafado. E vi, um carro ligando o pisca alerta, talvez para avisar os outros que o automóvel estava com pane. Mas, surpresa, vi um homem sair de dentro do carro, talvez para saber o que houve com o motor, porém, o homem continuou indo em direção ao passarinho, se abaixando, pegando-o com suas mãos,